Sad but true

sad

“Ela não queria conversar. Queria apenas resolver. Acabar com aquela situação que a angustiava, que apertava seu peito e a fazia sofrer.

Sabia que ninguém entenderia. Porque por fora, na casca, tudo era lindo e alegre. Afinal para que mostrar a todos as mazelas de algo que não se sustenta mais? Por que ser diferente da massa, aquela que é muito feliz na timeline, aquela que tem uma vida perfeita e que nunca se arrisca a mostrar fraquezas?

Aí morava o medo que ela sentia. Não temia a solidão, mas se arrepiava ao imaginar olhares e palavras de pena. Ou de culpa.

Porque as pessoas sempre buscam um culpado. É da natureza humana. E se algo não dá certo, então, um culpado é a maneira de justificar os erros dos outros, mesmo sabendo que o conceito de erro e acerto é relativo.

Julgar e culpar é fácil e necessário para que a sociedade siga o seu caminho moral. Mas não é bom para quem os inquisitores viram seus olhos.

Mas ela se sentia pronta para enfrentar. E partiu.”

 

(transcrição de um texto escrito em bloquinho, em 20 de janeiro de 2013)

 

[Resenha] O mundo mudou…

dado schneider o mundo mudou bem na minha vez
O livro, a bagunça da minha mesa e todos os post-its nos trechos que mais gostei!

 

Dado Schneider foi a minha novidade do Encontro Locaweb de Profissionais de Internet, que ocorreu em Porto Alegre (RS). Claro que já tinha ouvido sobre ele: o cara da Claro! Mas nunca tinha ouvido ele. E adorei!

Comunicação não é Emissão: Comunicação é Recepção! Uma Comunicação somente ocorre quando há Recepção da mensagem por parte do Receptor.

(p. 67)

Tanto que na semana seguinte, passeando pela livraria, comprei “O mundo mudou… bem na minha vez!”. Leitura rápida e simples – mas não simplista.

Vivemos uma das mais extraordinárias fases de mudanças dos últimos quinhentos anos. Quando nos estudarem, daqui a duzentos anos, isso será mais perceptível.

(p. 25)

Dado revisita vários posicionamentos que nós, os não-nativos digitais, assumimos no dia-a-dia.

A Geração Z é a deste milênio. A Geração Y são os nascidos entre 1981 e 2000. A Geração X, de 1962 a 1980 e a Geração Baby Boomer de 1945 a 1961. Enquanto a Geração Silenciosa é a de antes de 1945.

(p. 30)

E cutuca na ferida, mas de um jeito leve – que belisca – ou seja, dói um pouco, daquela dorzinha que fica ali remoendo.

Só atrai a atenção o que é Relevante. Só o que interessa é Relevante. E só o que é Relevante interessa. Comunicação é sinônimo de Relevância.

(p. 70)

O engraçado – do livro e da palestra que assisti – é que Dado apresenta o conteúdo, suas ideias, a partir de um conceito de liderança. Não vejo ele ensinando. Vejo ele compartilhando, passando parte do seu conhecimento. Por isso ele prende a nossa atenção.

Adesão pressupõe admiração, pois ninguém adere ao que não admira. Baseada nisso, toda Liderança, hoje, deve buscar adesão – e não a antiga Coação.

(p. 80)

Tudo isso faz parte do marketing dele. Afinal, “Marketing tem ideia de movimento” (p. 49) e vejo que ele – o marketing – se movimenta tanto quanto Dado no palco. É esse movimento que faz a diferença. É esse movimento que convence, que faz tirar o cartão do bolso. Porque o marketing, hoje, é mais do que mostrar, fazer entrar na loja, convencer a comprar uma vez.

Marketing é recompra. Marketing não trata apenas de tudo o que se deve fazer pra que alguém compre: é fazer de tudo pra que o cliente volte a comprar.

(p. 49)

Re-comprar.

Re-tornar.

Re-fazer.

Mais importante do que o ato, só o hábito. Porque não adianta vender apenas uma vez, é preciso focar na continuidade da relação. Coisa que não é nem um pouco fácil nesses tempos de ofertas instantâneas e simultâneas, da busca dos melhores benefícios… Para isso é preciso ser bom.

O vendedor moderno não faz vendas, ele gera compras. Quem atua como orientador de cliente conquista mais preferência de parte dele. E mais compras.

(p. 61)

Alguns que lerem esse texto podem pensar “bah, que puxa-saco, encheu a bola do guru”. Pois bem, não é isso. Aqui deixo impressões, penso em cima do que li e ouvi. Até porque não gosto de gurus, de pessoas que vejo assumir – ou se venderem com – essa postura de “saber mais”, de “estar por cima dos outros”. E uso o próprio Dado pra dizer porque:

Você não é uma marca. Você não é um produto. Você é uma pessoa. E deve procurar conquistar os outros como uma pessoa – e não como marca.

(p. 139)

Três dias, uma mesma mensagem: organize essa bagunça!

Em três dias, a mesma mensagem. Que, resumindo, é essa:

“Coloque no papel o que você quer. Assim, vai organizar a bagunça da mente e conseguirá ir adiante.”

 

Crédito: www.facebook.com/poenopapel
Crédito: http://www.facebook.com/poenopapel

Primeiro, no curso Facebook – 30 minutos por dia da Camila Porto. Na primeira aula, antes das dicas operacionais sobre o trabalho na rede social, ela falou sobre organização. Na verdade, falou mais sobre objetivos de vida (por que saio da cama pela manhã?), metas (segmentação dos objetivos, ou seja, o que preciso fazer pra chegar lá) e tarefas (o que preciso fazer pra que cada meta seja cumprida).

 

No dia seguinte, a Thais curtiu o Põe No Papel, projeto que se define como um “movimento que busca tornar visual e claro idéias, projetos, conversas, reuniões, anotações, esquemas! Tire do mental e traga para o real”, a partir do uso de ferramentas como desenho, Visual Thinking, Design Thinking, Design de Informações e, é claro, a criatividade.

Nesse vídeo aqui dá pra entender melhor a ideia.

 

E no terceiro dia, outra Thais, a do blog Vida Organizada, postou essa planilha, que fecha o ciclo. Na verdade, ela fecha o ciclo porque comprei esses dias, no Ali, um planner. Já tive um, que salvava a minha vida, centralizava tudo… Mas ele foi roubado junto com meu carro e minha bolsa, alguns anos atrás.

Tipo esse:

planner

 

Agora, nessa tentativa de centralizar as coisas, de organizar mesmo, optei pelo planner de novo. Afinal, ele:

  • é totalmente personalizável;
  • não tem validade, como uma agenda tradicional;
  • serve como agenda, caderno, diário, bloco de notas e o que mais eu quiser.

 

Quando ele chegar e a coisa tomar forma, conto por aqui. Enquanto isso, ajeito a vida em caderno e bloquinhos, no Evernote (esse merece um post a parte) e na agenda do telefone.

Qual é a relação entre Festa da Nata, pré-conceitos e cultura?

Hoje quero falar um pouco de conceitos que sempre defendi. Para isso, vou usar essa tirinha do Armandinho:

Será que só eu penso assim?
Será que só eu penso assim?

 

Quando eu tinha 15 anos, talvez um ou dois a mais, não lembro direito (gente, isso faz 20 anos, então não me cobrem muito! hehehe!), havia aqui em Novo Hamburgo um evento chamado Festa da Nata. Eu, que sempre fui uma pessoa legal mas sem muitas relações com a alta sociedade hamburguense (quem me conhece consegue me ouvir falando essa expressão que destaquei em itálico) brincava exatamente com a teoria do Armandinho: que a nata é a parte do leite que a gente tira e joga fora.

Não é exatamente um conceito contra as pessoas – porque muitas das pessoas que iam nessa festa eram legais, inclusive grandes amigas costumavam ir – mas sim contra essa necessidade de elitizar. Essa necessidade de “ser mais” sempre me incomodou. Incomoda até hoje.

 

Pré-conceitos

Não sou santa, vivo de zoeira e acredito que a zoeira não tem limites. Mas também entendo que as pessoas são diferentes, que cada um gosta do que quer e que ninguém é mais do que ninguém por gostar de algo. O conceito de cultura é subjetivo, não existe algo bom ou ruim culturalmente. Existe gosto.

Funk é cultura? Sim, funk é uma produção cultural reflexo de um contexto, um núcleo social. Ah, tá, mas e o funk ostentação? Também é! Em uma sociedade onde o consumo faz parte da satisfação dos desejos, relacionar a produção cultural a vontade de consumir algo e reconhecer e reafirmar a importância do ter dentro da sociedade. Quer algo mais relacionado a cultura do que isso?

Eu gostar de funk ou não é algo que não interfere em sua importância cultural. Posso até resmungar, reclamar e criticar pessoas que gostam, mas isso não permite simplesmente fingir que não existe. Porque faz parte da nossa cultura. Assim como o fato de eu não gostar de carnaval não faz com que ele deixe de acontecer e movimentar milhões de pessoas (e de dólares/reais). Posso criticar, dizer que as músicas são ruins, mas isso será um juízo de valor meu – e estritamente meu – e que não invalida nada do que eu disse antes.

 

Por que chegamos aqui?

E depois dessa volta toda pelo funk, onde eu quero chegar? Quero voltar à elite, ao conceito de elite. Quando falamos em elite, levamos em conta o dinheiro ou o conhecimento? Ser da elite é ser rico, é ter conhecimento ou é as duas coisas?

Porque o julgamento da “nata” é meu. Eu não acho legal. Eu não curto participar de um grupo que se acha melhor do que os outros. Mas acho que, assim como um grupo gosta de funk e outro de sertanejo universitário e se segmenta por isso, que todos têm direito a fazer o mesmo. Algo tipo a frase que até hoje eu achava que era do Voltaire, mas que agora não é mais (entenda aqui):

 

“Posso não concordar com o que você diz,

mas defenderei até a morte o seu direito de dizê-lo.”

 

Talvez seja por isso que, apesar de não concordar com, por exemplo, o estilo de música da Valesca – e achar que crianças não devem reproduzir essas coreografias e tals – isso não me impede de entender que ela represente, sim, parte da cultura. Não vou generalizar, dizer que ela representa A cultura do País, porque nosso Brasil continental não conta com somente um estilo musical que seja a “cara” da nossa cultura. São vários. Cada um com sua regionalização, com suas características. Mas todos representando a mesma coisa: a voz de um grupo social. Até a “nata” tem o seu. Talvez eu não o conheça. Ou talvez ele seja o funk.