Na noite passada, antes de dormir, vi que os amiguinhos do Twitter @_urgh e @samara7days compartilharam este post do deputado federal e ex-BBB Jean Wyllys sobre o BBB e os debates acalorados que tomaram conta das redes sociais uma semana antes da estreia do programa.
No texto, ele diz:
… pessoas passam o ano inteiro expondo suas entranhas no Facebook (da foto no espelho da academia às férias em família, passando pelo prato que comem todo dia e seus conflitos pessoais); dando detalhes minuto a minuto de suas ações e se envolvendo em bate-bocas com os “amigos” virtuais pelos motivos mais banais, mas, quando chega janeiro, arvoram-se a detonar o BBB pelo “excesso de intimidade que aquelas pessoas expõem”.
Não estou aqui para defender ou acusar o programa. Mas para falar sobre o que tenho visto e defendido, especialmente fora das redes sociais. Em conversas com as gurias da agência, sempre comentamos o excesso de exposição e, especialmente, o excesso de felicidade e de bons momentos que as pessoas insistem em mostrar. Em alguns casos, a pessoa posta que é a mais feliz do mundo, que tudo é perfeito, mas em 15 minutos de conversa offline, na mesa do bar, o que se percebe é exatamente o contrário: insatisfação com o trabalho, um filho que não obedece, uma esposa que não dá folga…
Se as pessoas expõem a vida dessa forma nas redes sociais (que não deixam de ser em “rede nacional”, como na tv), por que essas criaturas que resolvem participar da brincadeira não podem? Ah, mas como comentaram no post que citei antes, o Facebook tem filtros, listas, formas de evitar que a minha foto de biquini na frente do espelho fazendo duckface não apareça para todos.
Sim, eu sei disso, provavelmente tu aí do outro lado também. Mas e quantos mais? Já vimos diversos casos de pessoas que usaram a ferramenta de forma errada e se deram mal (cadê tiozinho publicando link de putaria e comentando no post “isso não vai aparecer no meu mural, né?” em um post público).
Ataque e defesa
Outra coisa constante nos últimos dias, voltando ao BBB, são os acessos quase de fúria que percebemos. Primeiro, entre quem gosta ou não do programa, em um eterno debate entre alta e baixa cultura, manipulação da Globo, falta de dedicação aos livros, essas coisas que todo mundo sabe – afinal, todo início de janeiro lemos as mesmas conversas.
Pra mim, a palavra-chave é entretenimento: eu posso escolher entre ler um livro, assistir Criminal Minds, Amor à Vida ou BBB, ir ao cinema, ao parque ou ao teatro. O que cada um faz com seu tempo livre faz parte do seu livre arbítrio. É aí que mora o bom senso. Se eu gosto de futebol, vou falar de futebol nos ambientes que frequentar (seja on ou offline). Isso é motivo para as pessoas que não gostam me chamarem de burra, ignorante ou sem cultura?
Pois, como disse o deputado no post,
Quem não curte não comenta e ponto (e respeita quem curte, afinal, BBB é tão entretenimento quanto série americana e campeonato de futebol)!
Mas os ataques não se restringem ao “assistir ou não”. Cada participante já foi stalkeado por milhares de curiosos, seus perfis “pessoais” já se tornaram públicos, assessores e parentes respondem por cada um dos 20 confinados. E suas publicações antigas tornam-se alvo de críticas, o que faz com que as pessoas já odeiem ou amem cada participante sem nem o programa ter começado.
E, com isso, a guerra (especialmente no Twitter) começou. Uns xingam, outros defendem, e torcidas que quase se assemelham às de times de futebol se tornam, transformando a timeline em uma praça de brigas.
Enquanto isso, eu dou risada e espero o programa começar pra tirar minhas conclusões sobre o que mudou nessa novela. Sim, pra mim BBB é narrativa seriada, uma história contada em capítulos com início, tramas e dramas, vilão e mocinho, e um final feliz pra alguém – que fica rico e se dá bem!